sábado, 6 de abril de 2013

*26 O CASAL PIMENTA, a História de Chico Rolim contada a Sebastião Moreira Duarte*


No Umari não tínhamos quase nenhum meio de diversão, nenhum cinema, nenhuma festa. Mas a criatividade dos jovens compensava a falta de opções para o lazer.
Anoto com saudade o nome de dois velhinhos, donos de uma lanchonete em que infalivelmente nos reuníamos toda noite, cada um de nós tratando de trazer para o encontro a estripulia mais original. O casal Pimenta nos recebia com um sorriso, certo de contar com a nossa companhia para as suas horas de solidão. E, por piores que fossem as nossas malinagens, nós pagávamos aos velhinhos, com toda exatidão, todos os estragos que fazíamos.
Sim, porque éramos campeões em tramas e tretas para encher a paciência do casal. Quantas vezes eu misturava sal com farinha e café, ou deixava o açucareiro no ponto de soltar a tampa e derramar-se sobre a xícara de algum freguês desavisado?

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