terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Uma vez por semana

Mozart Assis e Zé Adelgildes
No dia 2 de março de 1969, a nossa família, eu incluso, chegávamos a São Luís, cidade ainda pequena por volta da metade de João Pessoa. Era um exílio voluntário decretado por papai após 6 anos à frente dos destino cajazeirense. Na revoada várias famílias, amigas ou de parentes, seguiram-no no exemplo. As saudades eram muitas e, afinal trocar a cidade natal por outro rincão desconhecido de costumes diferentes, abatiam os corações cajazeirenses. Como Brasil da década de 60 ainda rastejava no campo das comunicações, um dos bálsamos para arrefecer os sentimentos telúricos era a transmissão radiofônica.
Cajazeiras já tinha o privilégio de possuir duas rádios, a de Mozart e a do bispo. Imaginem a luta para escutá-las de tão longe! Um dos banidos voluntários, Antonio Paulo de Lucena do seu bairro, um morro alto, com a ajuda de uma prosaica antena do alto da casa conseguia um som fragoroso nu que, com muita luta com a própria audição, conseguia ouvir os sons amalgamadores das rádios cajazeirenses através de um rádio Philco Transglobe (um dos mais potentes de então), mas amenizavam as saudades com os acordes da sanfona roncando no programa Terreiro da Fazenda.
José Adegildes Bastos, um dos ícones da pioneira radiofonia cajazeirense, é o escolhido pelo Frassales como centro do assunto da sua coluna semanal. Zé Adegildes como é conhecido foi mestre iniciante do natimorto destino de radialista do próprio colunista, como ele nos conta hoje que, ainda de calças curtas, “ia correndo, muitas vezes, para ficar próximo de uma das caixas de som, atraído por noticiário ou pronunciamento político”. Mas vamos à coluna!
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