quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Eu estive na festa dos 100 anos, 50 dos 150 anos de Cajazeiras que eu Vi e VIVI!!!

Em minha mente os mínimos detalhes de um desfile magnífico, superior aos desfiles da Sapucaí no Rio. Recém chegado da cidade maravilhosa minha mãe não me deixou perder nada da apoteose. Carros alegóricos com perfeccio-nismo e realidade eston- teante. Ica Pires como mãe Aninha dava aulas para doze alunos bem vestidos em cima de um caminhão caracterizado a rigor. No quadro negro se lia trechos da gramática grega do Padre Rolim. Muitos carros retratavam a história dos 100 anos de Cajazeiras. Dona Joana, minha mãe, me postou ao lado da cadeia pública, um local privilegiado e tanto. De lá vi também Nogueirinha fotógrafo filmando tudo para uma película futura.
Sou um homem feliz por ter vivido estes 50 anos extraordinários nesta terra querida. Foi nela que aprendi lutar pelos pequenos, injustiçados e excluídos, foi nela que descobri o teatro, o estudo do Direito, a poesia e a minha paixão: o Rádio. Ter convivido com Dom Zacarias, Mestre Cal, Monsenhor Vicente Freitas, o craque de bola Perpétuo, Otacílio Jurema, o destemido Bosco Barreto, o poeta Cristiano Cartaxo, o governador Ivan Bichara, o violeiro Expedito Sobrinho, o professor José Clementino, o radialista Zenilton Alcântara, D Jota, Jota Gomes, Zé de Sousa engraxate, Tebéjinho e o seu violão de ouro, Caveirinha garçom, o goleiro Francinaldo, o médico das crianças Júlio Bandeira e o mestre Zeilton Trajano.
Na Cajazeiras de amor fiz amigos, fiz amor, fiz guerras radiofônicas, fiz teatro, fiz revoluções na arte, fiz 8 filhos, fiz história no tribunal do júri, fiz mulheres sofrer por amor e também sofri, fiz a cidade ter um time na primeira divisão, fiz boemia com Zerinho, Ronaldo Cunha Lima, Inaldo Leitão, Pepe Pires, fiz política com Carlos Antonio e Epitácio Leite.
Dos 50 anos tenho boas lembranças: do trem e de seu apito, do estádio Higino Pires iluminado, do futebol de vassoura na Camilo de Holanda, de João de Manezim passando 72 horas em cima de uma bicicleta, da caminhada com Bosco Barreto até Juazeiro, da noite terror com invasões na seca de 84.
Vou estar nos 200 anos.

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