segunda-feira, 20 de julho de 2015

02 O HOMEM DO MELÃO, Do livro Do Miolo do Sertão. A História de Chico Rolim contada a Sebastião Moreira Duarte


"'Morreu o homem do Melão'. A frase, repetida por muito tempo, traduzirá o desamparo com que ficaram, de repente, pelo menos quatro famílias irmãs e mais o círculo ampliado de parentes e amigos. Ao mesmo tempo, será a expressão de saudade e de reconhecimento ao velho Matias, o sertanejo forte que dava a impressão de personificar a cordialidade e a bonomia e que, no entanto, surpreendia, às vezes, por uma coragem incomum.
Corre o mês de março de 1923. O “povo” do Melão está retornando da festa de eleições no Umari, a sede do município. Voltam apavorados, falando baixinho que o bando de Sinhô Pereira, o temível cangaceiro do Pajeú, está atravessando da Paraíba para o Ceará e vai descer até o Melão. Alguns já viram os jagunços amoitados no Canto do Feijão. É um aviso. Sabe-se que eles esperam que as pessoas fujam e deixem casas e propriedades livres para o saque e a pilhagem. Com isso, poupam munição".

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